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Law of correlation

31.10.19


 

It is also necessary to bear in mind that, owing to the law of correlation, when one part varies, and the variations are accumulated through natural selection [ou para tirar partido da fama momentânea do autor], other modifications, often of the most unexpected nature, will ensue. Darwin

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Azoospermia

07.10.19

adj., s. f.; do Gr. a + zôon, animal + spérma, esperma

 

Ausência de espermatozóides no sémen. 1. Tipos: pode ser induzida (para os menos impressionáveis, ver vasectomia) ou ter causas naturais, de tipo obstructivo ou não obstructivo. Na primeira, os espermatozóides estão nos testículos mas não chegam a misturar-se com o líquido seminal. Na segunda, os espermatozóides não se formam de todo (ver espermatogénese). 2. Esterilidade masculina: A ~ está entre as principais causas de esterilidade masculina e todos homens que dela sofrem são estéreis, com a notável excepção dos monarcas e da nobreza miúda de outros tempos; segundo rezam as crónicas oficiais, estas criaturas eram férteis mas tinham o infortúnio de casar sistematicamente com mulheres estéreis. 3. Agenda de trabalhos para o próximo Concílio: entre os azoospérmicos católicos a interdição do sexo a outros fins que não os reprodutores tem efeitos contraproducentes: proibidos de ceder uma amostra de sémen para um espermatograma, sem o saber repetem o pecado ad eaternum, eternidade esta que nos dias de hoje deixou de ser hipérbole (ver óxido nítrico).

 

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Amazonas

05.10.19

do Lat. amazon < Gr. amázon: a, sem + mazós, seio

 

Lendárias mulheres guerreiras que mutilavam o seio direito para melhor manejarem o arco, facto que torna muito enigmático o destino que davam às canhotas. Viviam num reino só de mulheres, o que aparentemente levanta sérios problemas biológicos, não respondidos de forma satisfatória pela partenogénese. Consta que as Amazonas acasalavam com homens de outras tribos e depois guardavam apenas as meninas. O esquema talvez lhes trouxesse as vantagens do vigor híbrido, mas só se cada tribo ficasse de pousio durante pelo menos uma geração, caso contrário a mana Amazonas podia, sem querer, acasalar com o mano dela apartado à nascença (vide endogamia e Habsburgos ). A lenda das Amazonas é particularmente apreciada entre feministas e lésbicas, servindo de inspiração a uma iconografia em registo erótico, onde é patente que as guerreiras entretanto terão desenvolvido uma técnica de tiro com arco menos invasiva que a original (ver ilustração) 1. Megalomania fálica: após o abandono do projecto da "Transamazónica", uma longa faixa de alcatrão penetrando pela densa e frondosa floresta adentro, só uma benévola explicação psicanalítica salva agora os seus responsáveis (ver também coitus interruptus) 2. Amazonas (rio): o mais caudaloso rio do mundo foi assim baptizado por Francisco Orelhana, porque ao descê-lo, em 1541, encontrou uma tribo de mulheres guerreiras cujos seios, na azáfama da batalha, não chegou a ter tempo de contar. Sendo duro de ouvido, Orelhana (ver hereditariedade) julgou que os indígenas logo adoptaram o seu nome, quando na verdade o nome Tupi do rio é "amassunu", para "ruído das águas". Por seu turno, os índios cedo se deram conta da tremenda falta de jeito que os espanhóis revelam para línguas, pelo que lhes pareceu que ao dizer ~ Orelhana estava a adoptar a toponímia local. Esta história prova que o multiculturalismo funciona sobretudo quando dois equívocos se complementam. O problema actual do multiculturalismo é que o número de equívocos aumentou e tende a ser ímpar.

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Monod e amigos

05.10.19

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Acrossoma

05.10.19

s.m., do gr. akron, extremo + sõma, corpo

 

Organelo da cabeça do espermatozóide que lhe dá competência para penetrar o óvulo 1. Dr. Strangelove: o ~ está para o espermatozóide como a ogiva nuclear para o míssil intercontinental, e por vezes tem resultados igualmente catastróficos.

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Acrocêntrico

04.10.19

adj., do gr. akron, extremo kéntron, pelo lat. centru-, centro

 

Cromossoma cujo centrómero está perto de uma das extremidades 1. Primeira Lei da conservação do tamanho do cromossoma: a posição do centrómero num cromossoma ~ faz com que um dos braços seja muito curto. Para compensar, o outro é mais longo. 2. Segunda lei da conservação do tamanho do cromossoma: a posição do centrómero num cromossoma ~ faz com que um dos braços seja muito longo. Para compensar, o outro é mais curto. 3. Futebol: diz-se do pontapé (também chamado "cruzamento") que leva a bola da zona lateral para a zona central do campo, de preferência mesmo em frente à baliza adversária, para Pauleta* poder falhar o golo. Não confundir com o pontapé excêntrico que Sérgio Conceição* usa para levar a bola à bancada, nem com o pontapé à Cro-Magnon com que Petit* desmembra os adversários.

 

* Esta entrada foi escrita há uns anos. 

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Sementes do mal

04.10.19

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Autópsia

03.10.19

s.f. do gr. auto, próprio + ópsis, visão

 

Exame de si próprio, mas que em medicina é um acto auxiliado e geralmente tardio. 1. Graves erros etimológicos: embora seja esta a palavra usada para descrever a inspecção e dissecção de um cadáver humano, alopsia, usando a raíz gega állos ("outro; "diferente"), é que correctamente significaria "ver com os olhos dos outros" 2. Poirot desvenda o passado: na autópsia forense etimologicamente pura o crime é cometido no acto da sua investigação, daqui decorrendo que está resolvido antes de acontecer, mas infelizmente, tal como a cirurgia oftálmica ou a proctoscopia, é impraticável pelo próprio, mesmo com recurso às mais modernas técnicas de imagiologia. Jesus Cristo é o único indivíduo conhecido que a poderia ter realizado logo ao 3º dia, mas as crónicas coevas (ver Actos dos Apóstolos) indicam apenas que Ele desapareceu quase 6 semanas depois, deixando um mistério ainda hoje mal solucionado. Diz-se que esta tese não é adoptada mais vezes porque, sendo o culpado simultaneamente vítima e médico legista, o enredo sairia enfraquecido, quiçá implausível (sobre a implausibilidade, ver também criacionismo).

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Quem Tramou o CNECV?

02.10.19

Crónica de segunda-feira pra o "i" .

CNECV (quarto mandato)

“Toda unanimidade é burra” e, no caso do Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida (CNECV), seria estranha e até vergonhosa, pelo que reconforta saber que os pareceres sobre a “gestação substituição”, as  “declarações antecipadas de vontade”, o “diagnóstico genético pré-implantação”, o “transplante de órgãos”, a “clonagem humana” ou a “investigação em células animais” foram aprovados com pelo menos duas declarações de voto vencido, sem despertar grande alarido. Como se explica então que seja o parecer sobre o financiamento do custo dos medicamentos, aprovado sem declarações de votos de vencido, a manchar a imagem do CNECV?  Será que houve um conluio para prejudicar quem só pode recorrer ao SNS?

 

Quem é contra o parecer deve saber defender o “encarniçamento terapêutico”, por muitos considerado eticamente reprovável, não só por prolongar o sofrimento do doente, como por poder comprometer o tratamento de pessoas mais necessitadas quando os recursos são limitados. Esta discussão decorre nos países ditos civilizados, mas não é difícil perceber  que descambe num país de pantanas, com o SNS sob ataque e um governo que já só tem a confiança dos seus cúmplices.  É verdade que não ajudou a entrevista do presidente do CNECV, Miguel Oliveira da Silva, cuja sensibilidade social levanta a suspeita de que antes estivera a beber um puro malte com António Borges. E também não ajudou o “processo de averiguação” da Ordem dos Médicos aos clínicos do CNECV - que não vai dar em nada, pois já cumpriu os objectivos de capitalizar a indignação popular e de ajuste de contas entre rivais de profissão.

 

É um erro considerar  o CNECV um desses grupos de trabalho inventados para dar legitimação técnica a interesses obscuros. E é um erro maior não discutir em público e sem estados de alma um problema incómodo, pois este não desaparecerá e as soluções não serão melhores, mas apenas menos transparentes.  

 

Adenda: editorial do Público, hoje: "O parecer do Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida, por polémico que seja, deu o primeiro passo num debate sério. E fê-lo com uma argumentação cuidada e sólida, como se comprova lendo o documento (está na Internet) e não só os resumos dele feitos. Fala em "racionamento" de custos, mas também, em casos terminais, em substituir o "racionamento implícito" ("eticamente e politicamente inaceitável") por "uma escolha e racionamento explícito e transparente, em diálogo com os cidadãos", para "que assim se mantenha intacta a confiança dos doentes nos profissionais de saúde e no SNS". Disto retirou a Ordem dos Médicos a ideia de uma ofensa ao código deontológico, pelo que ameaçou investigar e processar os médicos que subscreveram o parecer, entre os quais dois antigos bastonários. Pensar a saúde passou a ser um delito de opinião, punível? A Ordem dos Médicos, incrivelmente, parece achar que sim. Até onde levará esta sua cruzada?"

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Vasco M. Barreto

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